domingo, 12 de maio de 2013

Entrevista - Luciana Arruda

Eh e para encerrar o domingão de Dia das Mães, apresento agora a você ela que é uma mãezona para sua filha, que por sinal é muito fofa #FãSalomé
Ela é de Guararapes-SP cidade vizinha a minha cidade natal. Dedicada e primorosa na organização de seus eventos, estudiosa da dança do ventre e autora do livro Cartas de uma bailarina de Dança do Ventre. Não posso deixar de registar que fiquei muito feliz por ela ter aceito o convite da entrevista, pois para mim ela se resume em uma palavra "inspiração".

Com vocês: Luciana Arruda



01- Quando você começou o que lhe chamou atenção e fez seu interesse pela dança do ventre crescer?
Essa resposta é fácil, porque foi uma cena que não consigo esquecer: eu fazia aulas no Teatro Municipal de Bauru, e durante um pequeno intervalo, vi minha professora –Graciele - pegar uma revista e dar um beijo na capa! Eu achei aquilo muito maluco, perguntei pra ela o que significava aquilo e ela disse: ‘’essa é Lulu- na época Sabongi – e eu amo tudo que essa mulher faz!’’
De imediato eu fiquei curiosa em saber quem era aquela  ‘Lulu’ e, mais ainda, em saber mais sobre essa dança que tinha revista com cd de encarte e tanta coisa pra estudar!

02- Conte nos como foi no início. Você teve alguma dificuldade? Como conseguiu superá-la?
No início minha maior dificuldade foi com minha postura extremamente clássica e rígida do ballet.  Eu simplesmente não conseguia ‘soltar’ os quadris ou fazer qualquer movimento mais suave, eu não entendia as possibilidades sinuosas que meu corpo poderia fazer.
Superei fazendo muita aula e treinando em casa...mas quanto mais eu estudava, mais travava! Rs... só comecei a ‘funcionar’ quando passei a me entregar mais à como a música me fazia sentir do que em seguir as técnicas enfaticamente.
Confesso que até hoje não tenho esse quadrilzão de sonhos, mas também não me preocupo em chegar lá, quero curtir e ser feliz.

03- Fale um pouco sobre sua trajetória. Quem foram as pessoas que te ajudaram nessa caminhada?
Nossa... minha trajetória na dança do ventre começou tão por acaso! Eu fui fazer aula como companhia para minha amiga Nivia, e eu não fazia ideia do porquê estava ali. Mas já na primeira aula, quando eu ouvi a primeira música e observei os movimentos de mãos da minha professora, eu sabia que queria permanecer fazendo isso.
Não poderia de maneira alguma elencar a todos que me ajudaram nesses quase 14 anos de dança do ventre, mas posso dizer que devo a Nivia pelo meu início, a Lulu por me fazer entender o que eu queria para mim,  a Jade el Jabel por ser sempre uma inspiração, a Aziza Mor por ela existir e ser exatamente assim como é: uma professora impecável, uma bailarina criativa e verdadeira em sua arte e uma pessoa que tem luz e sabe iluminar sem fazer sombra nos outros. Jorge Sabongi me chama de ‘pequeno gafanhoto’ acho que de tanto que eu pergunto, escrevo, falo com ele sobre a dança e a vida e ele é, para mim, meu Mestre.

04- Quando e o que fez você perceber que a dança estava se tornando sua profissão?
Quando depois de cerca de três anos dando aulas e fazendo shows, comecei a ganhar um bom dinheiro com isso! Rs... aí me comprometi a estudar mais, porque aumentou em muito a demanda de pessoas que me procuravam para aprender sobre a dança em teoria e prática.

05- Você tem outra profissão/formação? Consegue conciliar ambas?
Sou Bacharel em Psicologia, com ênfase em Ludoterapia e Pós em Arteterapia. Eu trabalho desde que me formei na minha área e não pretendo parar. A Psicologia faz parte de mim e é sempre uma correria a minha vida, mas tenho a sorte de ter nascido virginiana e ter aprendido a disciplina desde pequena. Tem dado certo.

06- Conte como organiza sua rotina de estudos, para continuar se aprimorando profissionalmente.
Durante 07 anos eu viajei todo mês para São Paulo. Bem, você sabe, estou a 800km de lá. Imagine quanto eu gastava com transporte, hospedagem, alimentação somados as aulas particulares e workshops que eu fazia. Não vou citar tudo, só te digo que eu era a verdadeira ‘rata’ de eventos e workshops. Uma louca, na verdade,rs. Quando me casei eu comecei a priorizar meu relacionamento e decidi que iria diminuir essa rotina, o que de fato fiz.
Atualmente eu me comprometo a fazer pelo menos um curso de aperfeiçoamento por trimestre e workshops somente os que me inspiram de fato. Hoje já dá pra saber quais são as bailarinas em que eu posso confiar e investir as minhas finanças.



07- Você buscou outras danças ou exercícios físicos para ajudar a melhorar a sua dança?
Sim, eu voltei a fazer ballet depois de muito tempo, jazz e arrisquei contemporâneo. Tentei fazer musculação, mas eu realmente detesto aquilo. Com a maternidade o tempo ficou escasso e eu preciso cumprir ainda esse ano minha promessa de fazer ioga.

08- Tem algum fato que marcou sua trajetória na dança?
Ahh.. não sei, viu... sempre foi tudo tão intensamente vivido por mim...eu não consigo lembrar agora... depois dos 30 anos eu aprendi  a não ter nostalgias e a perdoar e me perdoar.

09- Para você qual qualidade é necessária para quem dança e quer se profissionalizar?
Estudar, não há atalhos nesse caminho. Estudar com uma professora particular, além das aulas em grupo é essencial e manter a pesquisa teórica e estar sempre pesquisando para ficar por dentro das tendências na dança.

10- Para você padrões de qualidade são importantes? O que você acha que muda para a bailarina?
Olha, eu já até dei entrevista na Shimmie sobre isso, olha que honra. Resumidamente eu acredito que padrões são importantes quando você precisa de um nome para respaldar o seu trabalho. Se quer visibilidade e abertura de mercado, é necessário.
Para mim não são importantes.

11- Sabemos que atualmente nós mulheres temos que nos desdobrar em muitas. Como é para você conciliar todas essas funções de professora, bailarina, mãe, esposa e filha?
Ai Giii, é difícil! Mas eu dou conta, faço o melhor de mim em todos os papéis. Acredito que eu estou melhorando agora, pois quando minha filha nasceu eu me comprometi a ser sempre uma ótima pessoa, por causa dela.
Eu administro meu tempo de maneira a sempre ter uma ‘janela’ para os imprevistos, se acontecerem, estarei pronta. Descobri, com a maternidade, que eu não controlo o tempo, sou sujeita a ele e às necessidades da minha filha.
Eu aprendi uma dica ótima que me ajuda super: dividir as tarefas em P.I e P.U.
P.I – pontos importantes
P.U-pontos urgentes
O que é urgente vem sempre em primeiro. O que é importante é apenas importante, ninguém vai morrer se não for  feito agora.
E li, dia desses, uma frase ótima de uma das executivas do Facebook: ‘’Feito é melhor do que perfeito.’’
Muito bom para parar com essa mania de querer dar conta de tudo.

12- Agradeço por participar da entrevista. Fique a vontade para falar o que quiser.
Gi, muito obrigada por esse convite. Tenho muito carinho pro você e estou com saudades. Estou orgulhosa do seu trabalho em São Paulo e fico feliz por ter feito parte de sua trajetória quando você ainda morava por perto.
Eu gostaria de agradecer pelo interesse em meu trabalho e gostaria de dizer às bailarinas que estiverem lendo: ‘’Sejam felizes dançando, estejam presentes por inteiro em seu momento.’’
Alguns grupos têm se preocupado demais com regras, o que pode ou não pode, com medidas, peso, padrões.
Eu penso que o melhor da arte é experimentar e vivenciar em plenitude a honra de sermos criativas com nosso corpo.
Sigamos em frente!





Contato:
assessorialuciana@gmail.com

Um comentário:

  1. Oie! Vim conferir a entrevista, gostei de ficar sabendo mais sobre esta pessoa Luz que é Luciana. Valeu por entrevistá-la.

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